sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Sou “imorrível”!

 








“Quem crê em mim, ainda que morra, viverá!” (João 11:25)


Minha esposa Valéria conta que certa vez, quando ela tinha aproximadamente 10 anos, no bairro de Mato Alto, em Campo Grande, no Rio de Janeiro, num belo dia de almoço no quintal da casa do vovô Duduca e da vovó Lina, dois meninos entre seis e cinco anos brincavam. Eles corriam no quintal, cada um com o seu revolver de brinquedo, buscando um acertar o outro, como heróis de faroeste, no seu imaginário infantil.

Por várias vezes, um deles acertava o outro, que “morria de brincadeirinha”. Mas o outro, sempre que era alvejado e ferido, continuava brincando. Até que o atirador inconformado, de tanto atirar e não ver os resultados das suas investidas, reclamou aos gritos com o outro: “Por que eu atiro, e você nunca morre?” Então, o outro respondeu: “Você não percebeu? Eu sou ‘imorrível’!”

Brincadeiras com revólveres (mesmo que sejam de plástico) à parte, pois há quem diga que aguçam a violência na formação do caráter da criança, esta história engraçada e verídica me trouxe à lembrança coisas interessantes e importantes que podem nos firmar ainda mais em nossa caminhada com Deus.

A morte, infelizmente, é algo que, como seres humanos, não conseguimos compreender. Não fomos feitos para entendê-la e, por isso, ela é algo que nos aflige profundamente; e, em alguns, causa-nos um profundo desespero, por tratarmos dela como o fim de tudo.

Quando Jesus se mostra como a “ressurreição e a vida” no texto de João 11, Ele nos dá esperança de que existe algo maravilhoso e bem além desta nossa expectativa de vida; há saída, há como viver novamente mesmo que tudo e todos à nossa volta nos considerem como mortos.

Há um novo caminho, uma nova razão razão, um novo significado e uma nova chance de recomeçarmos do zero. Em Cristo, podemos reerguer-nos em plenitude e cheios da vida dele em nós. Podemos regozijar-nos e ter alegria crendo, pela fé, que somente ressuscitados pela salvação através da cruz a nossa vida abatida e ferida já não é o fim, porque por meio do seu sangue, somos “imorríveis”.

“Ele nos deu vida”… (Efésios 2:1) Talvez seja por isso que o outro menino não queria morrer; pois além de sua morte ser o fim da brincadeira, seria também o fim daquele momento alegre com seu amigo. Acredito que ele já sentia, sem saber, que algum dia nós, humanos, poderíamos viver eternamente sem morrer, perpetuando assim a existência de uma vida feliz, com Cristo, mesmo em meio a tantas circunstâncias desfavoráveis.

Eu quero ser “imorrível”! Você pode ser “imorrível”! E mesmo que este adjetivo pareça engraçado, como fruto da criatividade de uma criança, ele se mostra real e perfeito para todos aqueles que já “passaram da morte para a vida” (João 5:24). São estes que, crendo assim, conseguem resistir aos tiros, às balas do pecado, mantendo-se sempre firmes como os inabaláveis e invencíveis da fé.

No final da brincadeira lá, no quintal em Mato Alto, os dois meninos se abraçaram, sorriram. E estão bem vivos até hoje!

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